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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Encontro Nacional Fé e Política debate cultura do Bem Viver

Em Brasília, o centro do Poder no Planalto Central, foi sede do 9º Encontro Nacional Fé e Política. Mais de duas mil lideranças de diversos movimentos populares, entidades, sindicatos e partidos de todo o Brasil reuniram nas instalações da Universidade Católica de Brasília (UCB), campus de Taguatinga Sul (DF), para refletir sobre “Cultura do Bem Viver: Partilha e Poder”.

por Marcos Beltramin (Portal RCR )
Encontro Nacional Fé e Política debate cultura do Bem Viver
Frei Betto, teólogo e escritor, também participou do 9º Encontro Nacional, na manhã de sábado, 16, colocando em evidência: “o que a fé tem a ver com a política e o que a política tem a ver com a fé?”. Frei Betto defende que Jesus morreu como prisioneiro político. “Cristão significa discípulo de Cristo. E como é que Jesus morreu?” E comparou: “como Vladimir Herzog (jornalista) morreu? Ele foi preso, torturado pelos militares do DOI-CODI (Centro de Operações de Defesa Interna da ditadura militar) de São Paulo e foi assassinado. Jesus também foi preso, foi torturado e assassinado por decisão de dois poderes políticos o Sinédrio Judaico e o ocupante romano representado pelo governador Pôncio Pilatos”.
Para o teólogo a pergunta deveria ser outra: “por que nossa fé hoje não incomoda a desordem estabelecida?” Em seguida afirmou que, “toda a vivência da fé tem uma repercussão política, ou para sacralizar o que está aí ou para questionar. Não existe uma fé neutra”. Com isso, alertou para o uso da fé de forma milagreira, para fugir do enfrentamento dos verdadeiros problemas estruturais do país ou então para alimentar fundamentalismos.
 Frei Betto foi categórico em afirmar que “todos nós somos discípulos de um prisioneiro político e queremos que nossa fé seja fermento na massa”. Para ele, é importante não “partidarizar a fé”, nem “confessionalizar a política”. Quando se funda um Partido Cristão, já no nome se exclui todos os que não são cristãos. “Qualquer partido que tem adjetivo de religião está errado porque uma das conquista da modernidade é que os partidos e o Estado sejam laicos.
O Estado e o partido não devem ter religião, mas respeitar a diversidade do pluralismo religioso”.
Frei Betto avalia que, no Brasil, “estamos assistindo certos seguimentos religiosos a começarem a chocar o ovo da serpente, expressão que vem do nazismo dos anos 30 (do século passado) na Alemanha. Depois que a coisa esquentou é que muita gente se deu conta. No Brasil hoje, seguimentos religiosos estão cada vez mais partidarizados. Existe no Congresso Nacional a bancada Evangélica. Não tenho nada contra os Evangélicos, tenho contra essa bancada”, esclareceu.
Além de conferências centrais com a participação de Frei Betto, Paul Singer, Pedro Oliveira e Graciela Chamorro, a programação deste sábado contemplou 26 Fóruns temáticos durante os quais, com a ajuda de assessores, os participantes puderam aprofundar os debates e propor encaminhamentos. O dia terminou com o lançamento da Agenda Latino-Americana e atividades culturais.

RCR/POM
Foto - POM

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